DO TOQUE
Seu toque abriu minha carne ao calor,
à luz,
como uma flor.
Suas mãos com a textura de seda
sobre aminha pele febril.
Meus olhos convidavam-no,
eu queria ostentar o jogo
eu queria ostentar o jogo
que havia dentro de mim.
Sua mão movia-se furtiva,
suave.
Tocava os lábios do meu sexo,
mordiscava um mamilo.
Era tantalizante,
cruel.
Uma febre que não se contentava
apenas com o prazer.
Nossos corpos carregados de desejos,
obcecados por nossas exigências eróticas.
Precipitei-me sobre ele como uma tempestade,
deixou-me bêbeda com palavras acariciantes.
Meu corpo inteiro estremecia.
Avançou comigo para o crescente,
e selvagem,
ápice do orgasmo.
DO ÊXTASE
A delicia do amor aguça todos os sentidos.
Transforma o ato de amar em um ritual.
Os dedos procuram lentamente o sexo,
penetram-no,
ficam ali,
entre os lábios da vulva.
As pernas se abrem para deixar o sexo exposto.
Não há duas peles com a mesma textura.
Nunca a mesma luz,
sombras,
temperaturas,
nunca os mesmos gestos.
Somente o pulsar mudo do sexo e do amor
podem criar o êxtase.
Aventureiro livre e incapturável.
Mãos ativas como bocas.
A embriagues mais bela.
Corpos fundindo-se um no outro,
seios,
pênis,
ventre,
línguas.
Uma luminescência de expectativa e vivacidade;
A morte ébria no êxtase.
DO DESEJO
Deitou-se nua e faminta ao seu lado,
deleitou-se na dor do desejo.
Olhos brilhantes,
os lábios,
úmidos.
O corpo tinha aroma de orvalho,
a pele era como um cetim para os dedos.
Uma boca se fechava sobre o pênis pulsante,
outra boca envolvia um mamilo.
Uma suave penugem sobre a pele.
Provocavam-se com as bocas,
os olhos,
os seios,
para extrair a primeira lágrima,
o primeiro mel,
do prazer.
Levantavam-se tão alto,
rodopiavam-se tão rápido,
em uma sequência de encantamentos.
Um amor, um lágrima, um desejo,
que brilhavam no escuro.
Impossível exaurí-los.